O ser humano sempre viu na necessidade de se reinventar oportunidades para inovar e encontrar soluções criativas.
Na hora de divulgar — seja produtos, serviços ou mesmo ideias de utilidade pública — isso não é diferente.
Na verdade, podemos dizer que o marketing, nas suas muitas formas, oferece o espaço perfeito para essa inovação.
Uma delas, chamada marketing de guerrilha, vem ganhando espaço pelo alto impacto que causa, mesmo sem gastar muito. Parece bom, não é?
Veja tudo que você precisa saber sobre o marketing de guerrilha!
O que é marketing de guerrilha?
O termo marketing de guerrilha faz jus ao nome que leva, já que é mais direto e, por vezes, até mais agressivo que outras formas conhecidas de divulgação.
Aliás, não é difícil entender o porquê: basta ver a origem do nome, que foi criado pelo publicitário americano Jay Conrad Levinson no final dos anos 70, inspirado pela guerra do Vietnã.
Mesmo com um poder de fogo bem menor, os vietnamitas conseguiram passar por cima das limitações usando táticas de guerrilha e superaram seus adversários.
Trazendo esse conceito para o mundo do marketing, a ideia é aumentar bastante o impacto da ação sobre o público com um investimento baixo.
Por que vale a pena investir no marketing de guerrilha?
Faz todo o sentido saber que essa forma de marketing vem crescendo mais e mais a cada dia, já que a promessa é fazer mais com menos.
Mas, indo um pouco além, o que faz com que os resultados sejam tão expressivos assim? Entender isso vai ser a chave para saber como criar ações de sucesso.
Se formos comparar o modelo do marketing de guerrilha com o marketing tradicional, nem sempre vamos encontrar grande diferença em termos técnicos.
Afinal, ambos contam com anúncios que tentam atrair a atenção das pessoas para um produto, serviço ou ideia. O diferencial está mesmo na abordagem.
Hoje em dia, todos nós somos bombardeados com um volume gigantesco de informações, tarefas urgentes e prazos apertados.
Sendo assim, é natural ficarmos mais seletivos quanto ao que merece nosso tempo e atenção, não concorda?
Por isso, os anúncios convencionais se tornaram uma distração facilmente descartável. Ninguém quer ser incomodado por propagandas inconvenientes.
O marketing de guerrilha, por outro lado, é feito para ser tão chamativo que se torne impossível de ignorar, criando acima de tudo uma impressão duradoura na mente dos clientes.
Mais ainda, o foco está em provocar uma reação no consumidor, talvez por fazê-lo reavaliar suas prioridades e hábitos pessoais, métodos de trabalho ou mesmo por “cutucar” um concorrente de modo direto.
7 dicas para um marketing de guerrilha eficiente
É importante frisar um detalhe sobre o marketing de guerrilha: ao mesmo tempo em que ele é impactante, esse impacto pode ser tanto bom como ruim.
Daí vem a necessidade de tomar alguns cuidados para que a ação não tenha um efeito contrário ao que você espera e gere reação negativa do público.
Que tal ver algumas dicas sobre o assunto? Separamos 7 delas para te ajudar:
Conheça muito bem seus clientes
O primeiro passo para acertar nas ações de guerrilha é conhecer em detalhes as pessoas que serão impactadas por elas.
Isso inclui tanto seus clientes atuais quanto os que têm potencial de ser. Por isso, é importante que você leve em conta as personas do seu negócio nesse momento.
Tomar esse cuidado é a melhor forma de evitar que uma campanha incrível acabe se tornando um fracasso por não se encaixar nos valores e interesses do público.
Não fuja das suas origens
O marketing de guerrilha não precisa seguir uma única fórmula. Na verdade, para ter sucesso com ele, isso é tudo que você não deve buscar.
Enquanto algumas campanhas conseguem ser muito engraçadas, outras miram diretamente para a provocação e o desafio. Ainda outras tratam de assuntos muito sérios.
Como uma única fórmula seria capaz de comportar tantas mensagens diferentes? É impossível!
O importante mesmo é não fugir das suas origens: se o seu segmento permite uma linguagem mais leve e descontraída, siga esse caminho.
Senão, se adapte conforme for necessário, a fim de que o resultado final continue sendo autêntico.
Considere fazer parcerias
Nós já falamos aqui o quanto somos fãs do co-marketing, e no marketing de guerrilha também é possível usar esse recurso com sucesso.
Um exemplo interessante — além de bastante simples — é a tática de guerrilha que a Microsoft usou ao lançar o seu tablet, chamado Surface, no mercado.
A empresa fez parceria com um lava-rápido de Chicago, para expor em sua parede um graffiti anunciando o novo dispositivo. Mas, qual a grande novidade?
A localização: a loja ficava perto de uma loja da Apple, uma das principais concorrentes, bem à vista de seus clientes.
Isso mostra claramente que parcerias de marketing de guerrilha não precisam ser complicadas para dar certo.
Seja original
Um elemento essencial das táticas de guerrilha é a originalidade. Não dá para se dar bem só por copiar o que já deu certo em outros casos.
Não importa o quanto uma ideia já provada pareça fazer sentido para o seu negócio, é sempre melhor apostar em uma ideia original.
Por outro lado, você fará bem em procurar inspiração nos casos de sucesso. Eles podem servir para aguçar a sua criatividade e ajudar a ter ideias legais.
Desse jeito, dá para aprender com o que já foi feito por outras empresassem correr o risco de ganhar fama de imitador.
Capriche na execução
Boa parte das campanhas de marketing que dão errado não falha na fase de planejamento, e sim no momento de executar tudo que foi pensado.
Pensando nisso, depois de ter definido a melhor forma de atrair e impactar seu público de maneira original, pense em cada detalhe do que será preciso para tornar sua ideia um sucesso.
Se tiver decido contar com a ajuda de um parceiro, não se esqueça de se reunir com ele para dividir as tarefas e resolver como tudo vai funcionar.
Uma boa forma de organizar cada passo da campanha na prática é por fazer um checklist e segui-lo de perto.
Cuidado com as emoções que provoca
O objetivo das táticas de guerrilha é provocar emoções, mas você precisa saber exatamente que tipo de emoções deseja despertar.
Como já dissemos, há sempre espaço para campanhas sérias e, em alguns casos, até chocantes. Mas elas normalmente são feitas assim quando o tema a ser tratado é igualmente sério e urgente.
Se você vai promover um produto, vale a pena apostar em ideias leves e descontraídas, que não causem sensação de choque, raiva ou angústia nas pessoas.
Elas poderiam facilmente associar a sua marca a esses sentimentos ruins e se distanciar dela, em vez de se sentirem atraídos pela ideia proposta.
Avalie os resultados
As ações de guerrilha parecem ser tão espontâneas que se torna até meio difícil imaginar o que fazer para avaliar seus resultados, não é?
Pois saiba que isso não só é possível, como também extremamente importante. Então, como fazer?
Primeiro, use suas ferramentas de monitoramento favoritas para acompanhar a repercussão nas redes sociais.
Esse é um dos ambientes mais importantes para deslanchar uma campanha de guerrilha, pelo imenso poder de “boca a boca” que tem.
Além disso, use as métricas que já avalia na sua empresa, isolando o período da campanha em comparação com o desempenho normal dos últimos meses.
E caso você ainda não avalie nenhuma métrica, a dica é simples: comece o quanto antes!
6 casos de sucesso
Você já sabe como funciona o marketing de guerrilha e como ele pode ser de ajuda. Aprendeu até os melhores truques para ter sucesso com ele!
Agora, só falta aprender com quem já fez se mostrou competente e teve resultados com as táticas que mostramos aqui.
Por isso, separamos 6 casos de sucesso que vão te dar uma ideia prática e resumida dos conceitos que falamos até agora.
Coca-cola
A Coca-cola é sem dúvida uma das marcas mais emblemáticas de marketing de guerrilha de que podemos lembrar sem muito esforço.
É só pensar em quantas propagandas e comerciais de uma empresa provocando a outra são sucesso até hoje no Youtube para ter uma noção de quanto essa gigantes foi bem-sucedidas em estabelecer com o seu público uma relação divertida, e, com certeza, lucrativa.
É verdade que o orçamento de marketing da Coca-cola nem se compara com o da maioria das empresas.
Mas esse não foi o diferencial, e sim o fato de que ela segue muito bem a “cartilha do marketing de guerrilha”, gerando alto impacto com mensagens simples.
Veja, por exemplo essa ação da Coca-Cola que com apenas uma máquina de refrigerantes instalada em uma universidade, conseguiu passar sua mensagem e engajar os estudantes.
Outra ação bem bacana (e simples!) da gigante de refrigerantes foi desenvolvida para o dia dos namorados, em que a máquina de refrigerantes controlada remotamente só “funcionava” quando casai se beijavam.
Uber vs. Lyft
Aqui no Brasil não chegamos a ver ainda essa disputa, mas lá fora Uber e Lyft disputam pelo serviço de transporte e o marketing de guerrilha é uma das principais armas usadas.
O Lyft distribuiu entre os motoristas de sua plataforma, bigodes com a cor da marca – o rosa – para distinguirem os carros dos de seus concorrentes do Uber. Uma forma bem humorada e divertida de chamar atenção, não acha?
Mas, sabe o que foi mais legal? O Uber realizou uma série de ações voltadas especialmente para convencer os motoristas do Lyft, seu principal competidor, a trocar de plataforma, usando justamente a referência dos bigodes cor de rosa de seu rival.
Mais do que dar início a uma nova rivalidade, essa resposta acabou colocando ainda mais os dois apps aos em evidência para o público.
Burger King vs. McDonald’s
Burger King e McDonald’s também são oponentes de longa data, e como não poderia deixar de ser, já travaram suas batalhas pelo domínio do fast food com táticas de guerrilha.
Uma das ações mais interessantes desse embate aconteceu em 2015, por iniciativa do Burger King. A rede enviou uma carta aberta — por meio de um anúncio na New York Times, um vídeo e um hotsite — ao concorrente, propondo uma “trégua”.
A ideia era interessante: juntar os principais lanches das duas, o Whopper e o Bic Mac, na criação de um único lanche.
Chamado de mcWhopper, com ingredientes de cada um na mesma proporção, o lanche serviria para celebrar o dia internacional da paz.
Ele seria vendido apenas nesse dia, e só em um local: uma lanchonete construída no meio do caminho entre as sedes do Mc e do BK, com branding compartilhado entre as marcas.
Genial, não concorda? Horas depois, veio a resposta oficial do McDonald’s – um tanto grossa – negando a parceria.
Mas isso não fez diferença, pois o Burger King havia conseguido o que queria, se colocando em uma posição de liderança, nobreza e empenho pela paz, e ainda prejudicando indiretamente a imagem de seu principal concorrente.
Medecins du Monde
A Medecins du Monde, ou “Médicos do Mundo”, é uma ONG de ajuda humanitária que atua na França, bem como em vários outros países.
Numa de suas ações, ela acabou se tornando um caso de sucesso do marketing de guerrilha.
Querendo chamar atenção para o problema das pessoas sem teto em Paris, eles pensaram em algo melhor do que usar anúncios e cartazes.
Também resolveram deixar de lado as campanhas de conscientização populares em busca de algo mais prático. Qual foi a solução?
Eles começaram a distribuir tendas fáceis de montar para os cidadãos desabrigados. Mas, qual o efeito disso?
Ver o grande aumento dessas tendas por toda a cidade fez com que o governo se mobilizasse rapidamente a fim de solucionar o problema.
Com isso, milhões dessas pessoas foram realocadas para abrigos emergenciais, que pudessem ao menos suprir suas necessidades básicas.
Mostrar o problema de perto foi a melhor saída que a Medecins du Monde poderia ter escolhido para educar a população e alertar as autoridades sobre a situação.
HBO
A HBO é conhecida por sua qualidade de produção, com séries aclamadas tanto pelo público quanto pela crítica. Mas, nós podemos conhecê-la também pela sua habilidade em usar o marketing de guerrilha.
Para promover a série The Sopranos, a HBO colocou braços falsos como que saindo dos porta-malas de diversos táxis da cidade de Nova York.
Quando as pessoas começavam a pensar que eram cadáveres, viam o adesivo da série no para-choque. Simples, não?
Outro programa que a HBO promoveu dessa forma foi Boardwalk Empire. Dessa vez, deixaram um vagão de trem de Nova York ao estilo dos anos 1920, época em que se passa a série.
E não para por aí. Outras séries, como True Blood e Curb Your Entusiasm também contaram com ações de guerrilha.
O caso desta última, inclusive, foi uma aula de simplicidade, pois se resumiu a uma banda marcial tocando a música-tema da série pelas ruas de Nova York e Los Angeles, com cartazes informando a data e horário de estreia.
Já True Blood ganhou uma ação mais impactante e, digamos, mais sangrenta.
Netflix
A Netflix, febre mundial de entretenimento que você já deve conhecer muito bem, também não fica atrás quando o assunto é marketing de guerrilha.
Para divulgar a estreia da nova temporada da série “Orange is the new black”, ela transformou a fachada de um prédio em Paris numa prisão, cenário principal do programa.
Atrizes em trajes de prisioneiras simulavam suas atividades comuns, como malhar, bater papo, etc., o que chamou a atenção das pessoas na rua.
Outra ação extremamente oportuna foi durante um debate das eleições presidenciais nos Estados Unidos, na Carolina do Sul.
A Netflix simplesmente criou um comitê de campanha para Frank Underwood, o personagem principal da série House of Cards, que é político.
Tudo foi pensado com antecedência, pois além do tema do evento — um debate presidencial — ter tudo a ver com a série, a localização não poderia ser melhor.
Afinal, o local do debate é próximo à cidade natal do personagem, o que cria uma identificação ainda maior com o público.
Bônus: Warner Channel
Citamos alguns casos de grandes empresas que usaram bem o poder do marketing de guerrilha, mas há muitos outros exemplos que podemos imitar.
O canal Warner, por exemplo, promoveu a estreia da série The Flash no Brasil com uma ideia brilhante.
Comentando “First” (“Primeiro”) — em alusão à rapidez do personagem — em todos os artigos ou posts do Facebook de sites especializados em entretenimento, conseguiu atrair grande atenção a custo praticamente zero.
Fonte: http://marketingdeconteudo.com/marketing-de-guerrilha/
Nenhum comentário:
Postar um comentário