6 ideias memoráveis do escritor Umberto Eco sobre redes sociais e tecnologia
O escritor italiano, morto aos 84 anos, manteve-se um ativo pensador da tecnologia e da comunicação até perto do fim da vida
REDAÇÃO Revista ÉPOCA
O escritor italiano Umberto Eco, filósofo, estudioso de estética e semiótica, tornou-se pop com o sucesso do livro O nome da rosa, de 1980, e do filme que o livro inspirou, em 1986. A história trata do poder e do perigo que vêm com a capacidade de dominar, armazenar e transmitir conhecimento – o que valia para a Idade Média, vale para a atualidade.
Eco se sentiu à vontade para falar da internet e das redes sociais:
“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel”
Após uma cerimônia na Universidade de Turim, 2015
Sobre o que se lê na internet: “Atribuem-me muitas frases célebres de outros. Ou mesmo situações erradas, como a que me atribuíram há uns anos, de que eu dissera que um escritor famoso tinha morrido e até o jornal The New York Times me ligou para confirmar”
Diário de Notícias, 2015
“O problema da internet é que produz muito ruído, pois há muita gente a falar ao mesmo tempo. Faz-me lembrar quando na ópera italiana é necessário imitar o ruído da multidão e o que todos pronunciam é a palavra ‘rabarbaro’. Porque imita esse som quando todos repetem ‘rabarbaro rabarbaro rabarbaro’, e o ruído crescente da informação faz correr o risco de se fazer ‘rabarbaro’ sobre os acontecimentos no mundo.”
Diário de Notícias, 2015
“Populismo midiático significa apelar diretamente à população por meio da mídia. Um político que domina bem o uso da mídia pode moldar os temas políticos fora do parlamento e até eliminar a mediação do parlamento”
The New York Times, 2007
“Sou firmemente da opinião que o Macintosh (denominação dos computadores Mac da Apple até 1997) é católico e o DOS (sistema operacional usado em computadores pessoais nos anos 1980 e 1990) é protestante. De fato, o Macintosh é contra-reformista e foi influenciado pelo ‘ratio studiorum’ (o plano de padronização da educação) dos jesuítas. Ele é caloroso, amigável, conciliador, diz ao fiel como ele deve proceder, passo a passo, para alcançar, se não o Reino dos Céus, o momento em que o documento é impresso. Ele é catequista: lida-se com a essência da revelação por meio de fórmulas simples e ícones esplêndidos. Todos têm direito à salvação.”
Em ensaio de 1994
" O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você pode riscar à vontade.(...) Os tablets e e-books servem como auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda não é possível fazer num tablet."
Em entrevista a ÉPOCA em 2011
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/5-frases-memoraveis-do-escritor-umberto-eco-sobre-redes-sociais-e-tecnologia.html
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