É preciso pensar digital

Não é mais a empresa grande que vai se manter na frente na corrida digital

Por Carla Matsu

Pensar digital não significa o mesmo que virtualizar o analógico, alerta Cezar Taurion. Estratégias devem ser criadas de forma integrada



Se antes o cenário da Fórmula 1 era tido como uma metáfora para a concorrência, hoje a comparação já não é mais válida, alerta Cezar Taurion, CEO da Litteris Consulting. “Em uma corrida, eu sei quem faz parte do grid de largada, quem está se aproximando e pode ser uma ameaça à liderança; consigo ter todas essas informações para reduzir nas curvas ou quando acelerar; sei claramente como são as regras do negócio. Hoje não é bem assim, o concorrente nem chega a estar na corrida. Ele vem de fora”, analisa.

“Temos que ser rápidos, já não é mais a empresa grande e estável que vai se manter na frente”, completa o colunista da CIO.com durante sua palestra na 5ª edição do Premier 100 IT Leaders Conference, evento promovido pela Computerworld Brasil e que acontece esta semana em Punta del Este, Uruguai.

Taurion lembra que metade das empresas que integravam a lista das 500 maiores da revista Fortune em 1999 já não se encontrava no ranking de 2009. Um dos exemplos dados é a gravadora Tower Records, que no final dos anos 1990 teve recorde de receita e, cinco anos depois, veio à falência.

Tecnologias que devem revolucionar uma ampla gama de indústrias. “Em dez anos, as fabricantes de automóveis não serão apenas montadoras, elas deverão ser empresas de mobilidade”, prevê o especialista, citando players como Google entrando nessa disputa.

Pensar digital

Neste cenário competitivo e de velocidade exponencial da tecnologia, ressalta Taurion, é preciso “pensar digital”. O que não significa o mesmo que virtualizar o analógico. Como comparação, o consultor utiliza o mercado editorial. “Não é levar o livro físico para o digital e sim tirar todas as restrições que temos do mundo físico neste processo”, compara indicando obras com possibilidades de interatividade, links, vídeos e conteúdos complementares.

Novas tecnologias e, consequentemente, novos modelos de negócio têm o potencial de mudar exponencialmente hábitos até então arraigados. Ele cita o exemplo do Uber e Airbnb, duas plataformas que impactaram serviços seguramente tradicionais - táxis e hotéis, respectivamente.

Em um mundo conectado, o consultor destaca uma nova economia - a dos Aplicativos. “A economia digital cria negócios absolutamente inovadores que transformam comportamentos da sociedade. O iPhone foi lançado em 2007 e um ano depois veio a App Store. Hoje temos mais de um milhão de aplicativos. Eles se tornaram a extensão do nosso dia a dia”.

Taurion compara o uso da tecnologia com a nossa assimilação à energia elétrica, quando ela passa a ser onipresente. Ele também chama atenção para o impacto da evolução tecnológica no trabalho. Da mesma forma que a revolução industrial mudou processos de manufatura, a tecnológica conduzirá mudanças irreversíveis na forma como trabalhamos.

TI como líder dos negócios

Em um universo onde as transformações são dadas pelo digital, a TI passa ser o próprio negócio, resume Taurion. “Não existe nada hoje que não tenha tecnologia. É ela quem mudará o negócio”, diz. Para ele, todas as estratégias de uma empresa devem ser pensadas de forma integrada.

“Temos que pensar de forma diferenciada, a inovação deve fazer parte do nosso dia a dia para que consigamos nos manter na superfície”, aconselha.

O papel do CIO e da TI é estratégico nesse cenário de inovação. “Somos líderes de negócios inovadores para empresas que querem antecipar tendências tecnológicas e precisamos nos adaptar para fazer essas coisas acontecerem”, destaca.

IT Leaders 2015

A 5ª edição do Premier 100 IT Leaders Conference, promovido pela Computerworld Brasil, reúne cem dos maiores decisores de compra de Tecnologia da Informação do Brasil durante esta semana para debater o papel da inovação, liderança e tecnologia em uma nova economia digital.

O evento é o primeiro da série a acontecer em uma cidade fora do Brasil. Neste ano, a conferência ocupa as instalações do Conrad Resort & Casino, em Punta del Leste, Uruguai, e tem o patrocínio das empresas Wipro, Equinix e JBS (Diamond); Locaweb, UOL Diveo e Intel (Platinum); Level 3, Alliance Consultoria e Target.it (Gold).



Para saber mais sobre o evento e a agenda, confira no site www.itleaders.com.br. E acompanhe a cobertura do evento pelo Twitter @itleadersbrasil (#itleaders2015) e pelo site da Computerworld Brasil.

*Foto: M. Coil

http://idgnow.com.br/ti-corporativa/2015/05/19/nao-e-mais-a-empresa-grande-que-vai-se-manter-na-frente-na-corrida-digital/