
Marketeiros Políticos Web 2.0 E 3.0
Por: Sullyvan Andrade
* Por Sullyvan Andrade, publicitário, especialista em marketing político e propaganda eleitoral pela Universidade de São Paulo (ECA/USP). Diretor da Marketing Pólis, empresa especializada em consultoria e assessoria em marketing político.
A nova geração de especialistas em marketing político tem um novo ícone para se inspirar e o nome do momento, alvo de estrategistas de campanha do mundo inteiro e de partidos políticos, é Ben Self, um jovem de apenas 32 anos. Fundador da Blue State Digital (BSD), empresa que cuidou da estratégia de Barack Obama pela Internet e o ajudou a arrecadar um valor aproximado de US$ 500 milhões, entrou para a história das estratégias de campanha política nos EUA e no mundo. Um outro nome, da nova geração, com, 27 anos, que foi o co-autor do discurso de posse de Obama, e o escritor Jon Favreau, informou o site de noticias.terra.com.br, matéria extraída do dia 19 de janeiro de 2009, matéria da Redação Terra.
Há quem diga que, para liderar uma campanha, quanto mais experiente e mais velho, maior a probabilidade de vencer-se uma eleição. Talvez quem o afirmasse, estivesse correto em alguns casos, mas Ben Self mostrou o contrário e provou que, em uma campanha, ter sensibilidade é crucial para perceber que tipo de estratégia pode ser utilizada, mostrando que experiência, muitas vezes, é apenas “detalhe”.
Uma nova cultura, um novo paradigma foi inserido com a arrecadação de recursos financeiros para a campanha presidencial nos EUA, já no Brasil, para que isso aconteça, a liberação do uso dos sites de relacionamento terá que passar ainda pelo senado. Enquanto isso, repensar a estratégia de campanha que foi utilizada pela BSD, será fundamental e oportuno. Mas, afinal, o que ela fez para arrecadar tanto? Em uma matéria extraída, parte da entrevista de Ben Self, no jornal estadao.com.br do dia 27 de julho de 2009, matéria de Juliana Duailibi.
“Uma das sacadas da BSD foi pulverizar as doações por várias páginas de relacionamento na internet, que tinham em comum o apoio à campanha de Obama. As pessoas entravam na rede, doavam, articulavam eventos pró-campanha e ainda participavam de grupos de discussão sobre a arrecadação. Milhões de dólares foram doados em questão de dias. "Nós descobrimos que as pessoas adoram fazer esse tipo de conexão, mesmo que elas não se conheçam. E elas voltam para doar 3, 4, 5 dólares", afirmou Self ".
Participando de uma palestra de Ben Self, a revista INFO coletou bastantes dicas e as colocou na matéria “O braço direito (digital) de Barack Obama”, do dia 19 de maio de 2009, info.abril.com.br, em que Self especificou também algumas estratégias utilizadas no dia-a-dia da Blue State Digital.
“Havia um espaço antiboatos, em que os próprios eleitores esclareciam eventuais notícias falsas que poderiam prejudicar o candidato, numa espécie de Wikipédia para gestão de imagem. Anúncios online foram comprados para que os americanos que recebiam e-mails com pedidos de votos pudessem clicar em links do seu próprio webmail e fazer a doação. Empresas faziam campanhas do tipo a cada dólar que você doar, nós colocamos outros três. Um mashup com um serviços online de mapas mostrava as casas em volta de sua residência que já tinham declarado apoio a Obama, as que estavam indecisas e as que votariam no candidato do Partido Republicano, John McCain. No total, foram formadas mais de 30 mil comunidades oficiais pró-Obama nas eleições”. Relata Self, durante evento Go2, realizado em São Paulo, extraída no site info.abril.com.br, do dia 19 de maio de 2009, matéria de Bruno Ferrari.
Em um outro trecho encontrado no site radiodelicatessen.com.br, postado em 20 de maio de 2009, extraíram-se citações da palestra de Self, que continham ainda mais informações sobre estratégias:
“Conseguíamos, por exemplo, saber quais eleitores liam os e-mails que enviávamos e em quais links das mensagens eles clicavam. Havia também uma ferramenta que transformava os apoiadores de Obama em cabos eleitorais por telefone. Com base em informações que disponibilizávamos no site da campanha sobre eleitores indecisos, os apoiadores de Obama podiam ligar para cada um deles sem sair de casa, para fazer propaganda. Em outros tempos teríamos de ter uma central de telemarketing. Outra ferramenta do nosso site era chamada Vizinho a vizinho. As pessoas encontravam na página de Obama o endereço dos dez eleitores indecisos mais perto de sua casa. O voluntário, então, ia até às casas dessas pessoas, conversava com elas e, na volta, colocava todas as informações coletadas no nosso site, contribuindo para o nosso gigantesco banco de dados. Com isso, éramos capazes de saber quem ainda precisava ser convencido a votar em Obama e com quais argumentos“.
Motivar as pessoas, dando atenção ao eleitor e pedindo doações pela Internet, foi a estratégia-chave da BSD, porém, se pararmos para analisar, a estratégia utilizada não foi e não é novidade para o marketing político. Dar atenção ao eleitor, identificando demandas, anseios e necessidades, segmentando os públicos-alvos, sempre esteve e estará presente no marketing político. A única diferença, porém, fundamental da empresa BSD, foi a adaptação disso para a linguagem da Internet. A segunda geração da Web hoje, propicia inúmeras possibilidades como a de sugerir, dialogar, criticar, multiplicar a informação a distância, o que a caracterizou como Web2.0 e, se não bastasse, surge a terceira geração na forma de empreendedorismo e lucro. Além disso, motivar doações em dinheiro com os recursos da Internet, há rumores no Google de que ações como estas já caracterizam a Web3.0 e, quem já faz parte dela, quem entende sua linguagem, está em grande vantagem, porque assim como Self, de 32 anos, achou um caminho de sucesso. Os novos especialistas em marketing político, informados com a segunda e a terceira geração da Web (Web2.0 e Web3.0), aparecerão com as mesmas estratégias de motivação e arrecadação que a BSD utilizou, porém, lançando outras novidades que certamente farão a diferença em campanhas eleitorais daqui para frente no Brasil e no mundo. Uma questão de sensibilidade e adaptação à cultura.
Leia as vantagens em se utilizar a Web na propaganda política no site:
http://www.marketingpolis.com.br/ler_not.php?noticia=1845
*fonte : artigonal.com
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