Se a tradicional propaganda eleitoral no Rádio e TV tem suas definições específicas em relação ao tempo disponível para cada candidato, em uma outra plataforma todos correm em pé de igualdade na busca pela proximidade com o eleitorado em isolamento social.
Após impacto considerável nas eleições nacionais em 2018, é esperado que as redes sociais tenham um papel similar no pleito desde ano.
Lives que duram 24h, comícios improvisados, debates com o eleitor, palestras sobre empreendedorismo, pregações religiosas e até mesmo ataques diretos que fogem da limitação dos ponteiros, estão entre as formas utilizadas pelos candidatos para driblar, no caso de alguns, o pouco tempo disponibilizado nas mídias mais tradicionais e fortalecer ainda mais a presença daqueles que aparecem com mais frequência na TV do leitor.
De acordo com uma pesquisa do Instituto DataSenado, divulgada em 2019 pela Agência Senado, 45% dos brasileiros afirmaram ter levado as redes sociais em conta para a decisão do voto e 80% dos participantes do levantamento afirmaram ver grande influência das redes na opinião política das pessoas. Amplificada pela eleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018, essa percepção foi responsável pelo surgimento de uma nova crença entre os postulantes à preferência do eleitorado: “Vou vencer a eleição nas redes sociais”.
E se pesquisas e tempo de tv apontam um cenário, nem sempre ele é compartilhado com os algoritmos das plataformas digitais.Seguidores x engajamento
Para o estatístico e especialista em marketing político, Zeca Martins, as redes sociais possuem um grande impacto no pleito eleitoral principalmente quando se tratam de trabalhos de longo prazo. Para ele, é importante que a presença nas redes seja pautada pela continuidade e que complemente outras ações digitais dos candidatos.
“Redes sociais são canais rápidos e baratos para que o candidato possa conversar com os eleitores e vice-versa. O feedback do candidato para os eleitores deve servir como base para o refinamento de propostas de campanha. É vital que haja interação entre
entre as duas partes”, afirma.
Zeca, que é associado da Associação Brasileira de Consultores Políticos, relatou ainda que por conta de ser um campo novo, as mídias digitais já tem sido mal interpretadas pelos candidatos, que apostam todas as fichas de uma eleição no meio.
“Ter um perfil em uma rede social não vai garantir a eleição de ninguém. As ações de marketing político digital devem ser planejadas e sincronizadas com outras ações da campanha, inclusive as do marketing convencional”, ponderou o consultor, que falou ainda sobre o poder das fake News dentro do meio digital.
“A mensagem não necessariamente precisa ser correta. A teoria da comunicação política mostra, que nos dias de hoje, com forte influência digital e consequentemente das mídias sociais, o importante é que a mensagem seja legítima, ou seja, que muitas pessoas concordem, e que principalmente tenha capacidade de gerar discussão acerca de si mesma”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário