quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Como investir em métricas sem perder a essência do marketing digital?


*Por Fausto Matsuda


Tecnologia e qualidade. Duas importantes aliadas para as empresas manterem sua credibilidade no mercado. Para um modelo de negócios que trabalha com marketing de influência, não seria diferente. Mas, como podemos medir a qualidade do trabalho dos influenciadores? No Strata Data Conference deste ano, evento realizado em Nova Iorque, foi possível absorver ideias novas sobre como os avanços tecnológicos, em conjunto com o fator humano, podem potencializar resultados positivos.


Os influenciadores digitais atingem uma taxa de engajamento 203% maior do que as marcas obtêm em seus perfis próprios, segundo pesquisa da Altimeter 2019. Isso significa que os produtores de conteúdo alcançam seus seguidores pela credibilidade do que publicam e, principalmente, pela autenticidade com que dialogam. No entanto, fica difícil metrificar a qualidade do engajamento. Como medir o valor do comentário de uma pessoa nas redes sociais?


Nesse sentido, o uso de inteligência artificial para avaliar a qualidade do engajamento, se torna uma importante ferramenta para as marcas que trabalham com marketing de influência. Assim, uma das tendências debatidas no evento é investir em programação neurolinguística.


Isso porque o estudo acredita que antes de tomarmos uma atitude, há diversos conceitos internos que influenciam. Como essas ideias estão fixadas na nossa mente e não percebemos, consequentemente, agimos de forma automática. É isso o que acontece em uma ação tomada por “impulso”, por exemplo.


Desse modo, analisar a programação neurolinguística dos seguidores e até mesmo dos influenciadores, pode colaborar para metrificar a espontaneidade e qualidade de um comentário ou ainda uma reação nas redes sociais. Claro que adquirir conhecimento nesse tema, pode desenvolver um conjunto de estratégias capazes de reorganizar nossas convicções e transformar atitudes automáticas em comportamentos novos.


Essa tendência nos mostra que usar a inteligência artificial para aprimorar a gestão de pessoas, e também para analisar o comportamento dos usuários na internet, é cada vez mais relevante. E não podemos nos esquecer que 84% dos millennials não confiam em propaganda tradicional, segundo o The McCarthy Group. O que significa que os influenciadores têm ainda mais força e impacto.


É importante reforçar que, quando se trata de marketing e comunicação, nada substitui as relações humanas. A tecnologia pode colaborar para unir áreas diferentes de uma empresa e otimizar processos, porém, é necessário que seja em conjunto com o esforço e criatividade dos influenciadores e das marcas.


Os produtores de conteúdo influenciam diretamente no poder de decisão e de compra do público. Por isso, usar a tecnologia para capacitar e melhorar esse processo, favorece ainda mais o engajamento dos influenciadores. Um levantamento da Shareablee revela que 48% dos entrevistados, entre 18 e 24 anos, compraram um produto após a recomendação do influencer.


Por isso, a mentalidade deve mudar: as novas ferramentas tecnológicas devem auxiliar o dia a dia das empresas, bem como dos influenciadores. O ideal é aproximar essas áreas mais técnicas, como a tecnologia da informação, a favor da marca para gerar mais oportunidades. Mas, sem perder a espontaneidade que os produtores de conteúdo conquistaram, afinal, autonomia e liberdade criativa estão na essência do negócio.


https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/como-investir-em-métricas-sem-perder-a-essência-do-marketing-digital/ar-BBXibtj?ocid=spartandhp


*Fausto Matsuda é COO da Squid e formado em engenharia ambiental pela Escola Politécnica da USP. Tem passagem por grandes empresas como Odebrecht, Knijnik Engenharia Integrada, e Mobly. Há cerca de 5 anos, se dedica ao universo da influência.

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