
Everything You Think You Know About Politics... And Why You're Wrong (Kathleen Jamieson).
1. Em 2000, foi publicado mais esse livro de Kathleen Jamieson (KJ). KJ é dos mais importantes autores, pesquisadores e analistas do processo de comunicação política nos EUA. Nesse livro, ela realiza, a partir da Universidade da Pensilvânia, uma ampla pesquisa, usando cinco mil pesquisadores, levantando detalhadamente e analisando as campanhas presidenciais desde Kennedy a Clinton e todas as formas de comunicação dos candidatos. Isso gerou uma tabulação sobre o que era mais e menos eficiente na comunicação dos candidatos a presidente dos EUA. Analisou, simultaneamente, o tipo de cobertura das campanhas por parte dos meios de comunicação.
2. Em resumo, KJ conclui que os comerciais na TV mais eficientes e que geram maior adesão e memória são os comerciais de "contraste", onde um candidato, ao dizer que pensa assim sobre algo, diz que o adversário pensa o contrário. Depois os comerciais negativos, onde se ataca o adversário. KJ diz que o comercial negativo gera uma reação no momento em que é visto, mas isso passa e a memória fica. Finalmente, o que chama de comercial defensivo, ou seja, quando um político fala do que fez, exalta o que fez. KJ diz que esses são de longe os comerciais menos eficientes, seja pelo impacto, seja pela memória.
3. KJ analisa a cobertura das campanhas pelos meios de comunicação. Conclui que os meios de comunicação reclamam antes e durante as campanhas que os candidatos não são programáticos, não expõem claramente suas ideias sobre os problemas do país e sobre o que pretendem fazer. Mas as coberturas das campanhas não tratam nem destacam isso que criticam. A cobertura é sempre das estratégias de campanha.
4. Quando sai uma pesquisa, analisam o que os candidatos devem mudar e por que obtiveram esses resultados. Escolhem fotos de tristeza e alegria. As matérias são sempre de erros e acertos em campanha, expressões usadas, escorregões, caras, bocas, roupas, fotos, companhias... E são esses pontos que ocupam grande parte dos espaços e do tempo na imprensa.
5. Agora em 2010, esse início de campanha presidencial no Brasil só confirma as conclusões de KJ. As candidaturas procuram o contraste como prioridade de comunicação. Serra: currículo comparado. Dilma: comparação de governos Lula x FHC. Essa insistência aponta para o uso dos comerciais de contraste quando a TV estiver aberta, para os comerciais partidários e depois eleitorais.
6. Igualmente a imprensa, que destaca uma brincadeira que Dilma fez em Minas com a combinação de seu nome com um da oposição, uma declaração infeliz em relação aos exilados políticos, o atropelo a legislação eleitoral..., e por parte de Serra, suas inaugurações incompletas, as razões da aproximação de Dilma em pesquisas, a escolha de seu vice...
7. Garante KJ que será assim por toda a campanha: a imprensa pede programas de governo em seus editoriais e análises, mas cobre mesmo é estratégia em seu noticiário.
saído do blog do Cesar Maia
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